
O consumo de vinho no Brasil cresceu muito nos últimos anos. Com isso, percebo, no meu escritório, que as adegas, que eram um pedido esporádico dos clientes, passaram a ser um item indispensável no briefing de nossos projetos residenciais. Dessa forma, precisamos falar sobre “adegas” com mais profundidade nas entrevistas com os clientes.
Mais do que um “sim, desejo uma adega”, preciso entender a relação dele com o vinho já que a solução arquitetônica pode variar desde uma adega compacta para poucas garrafas que caiba embutida ou sobre um móvel até ambientes climatizados para centenas de rótulos. Com isso, o nosso papel também passa por decidir o melhor posicionamento deste item em sua casa ou apartamento, seu dimensionamento e entender a experiência que ele quer ter ao degustar, escolher ou expor o seu vinho.
Algumas soluções e possibilidades de localização já fizeram parte do nosso portfólio, porém cada projeto tem a sua peculiaridade. É possível ter novas variações de acordo com o layout que pretendemos para combinar diferentes formas de armazenar e exibir os preciosos rótulos.
Assim, fazendo parte da área gourmet ou integrada às salas de estar e jantar, a adega se apresenta como possibilidade de praticidade. Aquelas com espaço subterrâneo, não sendo visíveis das áreas sociais, há a possibilidade de não necessitar de climatização artificial para o armazenamento de vinhos. Neste caso, é preciso apenas adequar a temperatura para o momento do serviço.
Também já tivemos soluções para adegas fazendo parte do conjunto do hall de entrada de uma residência e visível desde o primeiro contato com os interiores. Assim, o item funciona como um cartão de boas-vindas e, claro, sempre refletindo a personalidade dos moradores. Sendo assim, mais que funcionalidade, o objetivo é buscar um elemento de identidade e exclusividade do projeto e escolher estrategicamente o local que otimiza o ambiente e enriquece a experiência.
Para adegas compactas, há boas opções no mercado, porém, quando o assunto é ambiente climatizado, é necessário contatar uma empresa especializada para a execução após a escolha do local e a solução estética com o arquiteto. São necessários alguns itens obrigatórios de infraestrutura para que tudo funcione perfeitamente, como ponto de drenagem, elétrica dedicada, tubulação, espaço técnico para condensadora, dimensionamento do equipamento a ser utilizado para evitar ocorrências indesejáveis como umidade e uso de materiais inadequados ao ambiente. Nesse cenário, acredito que o ambiente realmente transforma a vida das pessoas e possibilita a conexão com um estado de bem-estar e felicidade! Então, um brinde à vida!
Juliana Soubhia, arquiteta pela Universidade Estadual de Londrina, é designer de interiores sediada em São José dos Campos desde 2005. É apaixonada por vinhos e suas histórias. Instagram: @arq.julianasoubhia

